Toda vitamina B12 existente na natureza é produzida por microorganismos, bactérias, fungos e algas; as plantas e os animais não são capazes de sintetizar essa vitamina. Os alimentos de origem animal são fontes dessa vitamina porque os animais ingerem microorganismos produtores de vitamina B12 que dessa forma é incorporada em seus tecidos. Alimentos como plantas marinhas, algas e espirulina podem conter análogos da vitamina B12 mas que não têm atividade no organismo humano e ainda podem interferir com a absorção da forma ativa da B12 aumentando o risco de deficiência. As bactérias da flora intestinal humana produzem uma pequena quantidade dessa vitamina no entanto essa vitamina não é capaz de ser absorvida.
As principais consequências da deficiência de vitamina B12 são anemia e anormalidades neurológicas. Esses sinais podem demorar muitos anos antes de se manifestarem porque as necessidades diárias de B12 são muito pequenas e o nosso organismo armazena grandes quantidades dessa vitamina e é capaz de reaproveitar toda a vitamina que é eliminada, especialmente quando a ingesta é pequena ou nula. A anemia ocorre porque as células vermelhas não se dividem e continuam a crescer provocando a conhecida anemia megaloblástica (mega significa grande) que ocorre também em outras doenças. No hemograma observamos aumento do VCM (volume corpuscular médio) antes mesmo da diminuição do número de hemácias. Clinicamente, a anemia se manifesta como fraqueza, apatia e palidez. As anormalidades neurológicas acontecem devido a desmielinização das bainhas mielínicas que separam os neurônios uns dos outros provocando inicialmente dificuldade de concentração, perda de memória, sensação de formigamento nos pés, diminuição da sensibilidade até incontinência urinária, alterações de personalidade, psicose e delírio em estágios mais avançados.
Essas alterações neurológicas e mentais além de debilitantes podem se tornar irreversíveis se não forem tratadas a tempo. Além disso, podem ocorrer antes mesmo das alterações hematológicas. Nas crianças as consequências da baixa ingesta de vitamina B12 aparecem mais precocemente devido ao menor estoque e também a maior demanda para o crescimento e maior vulnerabilidade do cérebro em desenvolvimento. Essas crianças podem apresentar além dos sintomas já citados em adultos, problemas cognitivos e metabólicos. Bebês de mães veganas que não fazem suplementação dessa vitamina podem desenvolver complicações neurológicas graves, com crises convulsivas e problemas no desenvolvimento e crescimento, enquanto as mães apresentam apenas deficiência da vitamina sem apresentarem sintomas clínicos. Idosos também apresentam risco aumentado de desenvolver deficiência e sintomas pois têm uma menor produção de ácido no estômago e de fator intrínseco o que provoca menor absorção dessa vitamina.