Você já deve ter ouvido falar sobre a importância de tomar sol. Afinal, a exposição aos raios solares ativa a produção de vitamina D que, por sua vez, estimula a produção de cálcio e fortalece os nossos ossos. Por isso, muitos médicos recomendam tomar sol pelo menos três vezes por semana – sempre nos horários adequados! Para entender melhor o assunto e descobrir o período ideal para tomar sol, nós conversamos com a nutróloga Fernanda de Luca. Ela contou dicas importantes para aumentar a absorção de vitamina D no organismo. Confira!
O ângulo de incidência dos raios solares na pele influencia no estímulo de produção da vitamina D
De acordo com a nutróloga Fernanda de Luca, é importante tomar sol no período de hora indicado por conta da angulação de incidência dos raio solares – que vai influenciar diretamente na produção de vitamina D. “O estímulo à produção de vitamina D pela pele depende do ângulo de incidência dos raios solares na pele e, aqui no Brasil, seria entre as 10h e 15h, justamente o horário de maior risco ao desenvolvimento de câncer de pele. Por isso, muitas vezes recomenda-se a suplementação vitamínica”, explica a profissional.
Apesar de a excessiva exposição ao sol representar um risco de desenvolver câncer de pele, existem outros fatores que devem ser analisados. Segundo a nutróloga, é importante ter um acompanhamento médico para avaliar cada caso. “Vale destacar que o tempo de exposição solar necessário para atingirmos níveis sanguíneos satisfatórios de vitamina D é bem inferior ao tempo de exposição relacionado ao risco de câncer de pele. Fora que isso depende de vários fatores, como tom de pele e gordura subcutânea. Por isso, cada caso deverá ser avaliado individualmente por um médico especializado”, complementa.
Vitamina D fortalece os ossos e também ajuda no tratamento de doenças autoimunes
Muita gente não sabe, mas a vitamina D é essencial para prevenir doenças ósseas – daí a importância de tomar sol com bastante frequência. “A vitamina D tem funções importantíssimas no nosso organismo, a mais conhecida é o seu papel no metabolismo ósseo facilitando a absorção do cálcio da dieta (com níveis baixos de vitamina D absorvermos apenas cerca de 30% do cálcio ingerido) e prevenindo o surgimento de doenças ósseas como raquitismo e osteomalácia”, explica Fernanda.
Além de ser conhecida por ativar a absorção de cálcio, a vitamina D também cumpre outros papéis importantes no nosso organismo. A nutróloga Fernanda destaca outros benefícios que esse nutriente traz para a saúde: “Estudos recentes mostram também que a vitamina D exerce um papel muito importante na modulação de doenças cardíacas e no tratamento de doenças autoimunes como a esclerose múltipla, além de atuar na prevenção de alguns tipos de câncer (próstata e mama por exemplo) e diabetes tipo 1. Baixos níveis de vitamina D também estão relacionados com depressão“, adiciona a profissional.
Existem alimentos fontes de vitamina D que devem ser incorporados ao cardápio diário
Você sabia que a alimentação também pode auxiliar na absorção de vitamina D? No entanto, a nutricionista Fernanda conta que os alimentos fornecem pouca vitamina e, sendo assim, não podem substituir a exposição ao sol. “Mesmo os alimentos considerados ricos em vitamina D só contribuem com 10% das nossas necessidades diárias e a principal fonte dessa vitamina D ainda é a exposição solar. Os alimentos mais ricos são os óleos de fígado de peixe, alguns peixes (salmão e sardinha) e os cogumelos (o Portobello é riquíssimo nessa vitamina)”, comenta a profissional.
Geralmente, quem mais sofre com a falta de vitamina D é justamente quem toma pouco sol diariamente (mesmo tendo uma alimentação saudável e rica nessa vitamina). “Podemos ver que mesmo uma alimentação balanceada e equilibrada e considerada saudável não é capaz de suprir nossas necessidades diárias de vitamina D, o que explica o alto número de casos de pessoas com deficiência dessa vitamina”, finaliza a nutróloga.
* Fernanda de Luca (CRM RJ 52.69623-4) é nutróloga e pediatra especialista em alimentação vegetariana e presidente da Associação Brasileira dos Médicos Vegetarianos.